Pelo o que eu entendi o questionamento proposto para essa dissertação é em relação a minha convivência com os livros de História dos ensinos fundamental e médio. Devo então fazer um passeio em minha própria história, Pois quando criança participei do ensino no lado do corpo dicente e ao chegar na idade adulta fui transferido substancialmente para o corpo docente. De certa forma hoje posso ter uma noção sobre o efeito do livro didático no ensino de história.
Na infância passei pela primeira fase que na época correspondia Jardim um á 4ªserie tendo contato com uma história bem informativa de caráter positivista, isso na década de 90. Disciplina conhecida como Estudos sociais era união da História e Geografia. Quando lembro dessa disciplina penso logo em pintar dom Pedro II e pintar a bandeira do Brasil, saber o quem era um índio e passar de ano no final. Claro e evidente que não havia nem uma preocupação com conscientização da história e com o entendimento do aluno e operação social que a disciplina história pode oferecer. Trocando em miúdos a preocupação eram em forma os alunos em datas comemorativas.
Ao chegar ao ensino fundamental tive meu primeiro encontro com o livro de história. Coleção essa que ainda guardo com carinho na minha prateleira, o autor era o Nelson e Claudino Piletti “História e Vida Integrada”. Vou confessar que ainda procuro de fato a vida integrada no livro. Considero que para aquele momento na vida era um salto quando se tratava de livro didático, pelo motivo que estudava em colégio publico e nessa época havia ainda uma dificuldade na distribuição dos livros didáticos. Posso ouvir hoje as deficiências que são relatadas quando de se fala de conteúdos trabalhados nesses livros, porém naquela época eu dava mínima pra isso e nem passava pela minha cabeça que seria no futuro meu material de trabalhos em mãos. Aqui faço uma ressalva o livro didático por se só não é salvado e nem tão vilão, o outro papel para que essa empreitada funcione estar com o professor e de fato em mina vida o professor teve grande responsabilidade, Aprendi a gostar da disciplina história com aplicação do professor e problemática levantada nas aulas.
No ensino médio toda aquela alegria de ter um livro em mãos cai por terra, cadê o livro. Essa foi minha pergunta. O governo do estado Piauí não fornecia livros de história para o ensino médio, a única saída era tirar cópias dos livros para os alunos. Isso tudo no ano de 2003. Foi dessa forma tão distante que me relacionei com o livro didático, conhecia agora a cópia. Novamente quem aparece para fornecer alternativo “O professor”, bem que alternativas, nesse momento poderia já perceber que a vida de um educador não era tão confortável como eu imaginava, sim caro leitor nessa época pensava eu que toda aquelas histórias de professores que reclamavam sobre sua situação profissional era só uma balela, com o tempo percebi que as condições de trabalho que era na maioria das vezes o fator de desestimulo para os professores. Só no final, quando cheguei ao Terceiro ano que houve distribuição de livros. Não lembro o nome do livro no momento, mas tenho em minha mente que somente ele não foi o suficiente para preparar para compreensão dos assuntos.
Aos trancos e barrancos cheguei á universidade que tanto acreditava que seria um sonho impossível. Logo na disciplina de Metodologia fui confrontado a entender que o que eu vi no ensino médio não era nada assim como estudado e problematizado na academia. O livro didático foi colocado em cheque pela maioria dos professores, o engraçado disso tudo foi que o meu contato com ele foi resumido ao nada como relatei nas linhas anteriores, pela quase que completa ausência deles.
Acredito agora como educador que deve haver uma balança quando tratamos dos dois pesos “Livro Didático X Professor” deve haver um equilíbrio pela parte do professor, percebe se que ele é parte humana desta dualidade, agente do meio de divulgação e a tão desejada problematizarão da História. Infelizmente estruturas que nos é fornecida não nos dar subsidiam para construir um ambiente totalmente favorável para o trabalho. Esse é o papel do livro didático, é ser o suporte para o aluno levantar altos vôos no conhecimento.